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Alenquer: Não podem ser as crianças a pagar factura da fragilidade financeira da autarquia

Alenquer: Não podem ser as crianças a pagar factura da fragilidade financeira da autarquia

O Bloco de Esquerda de Alenquer reagiu ao anúncio de que a autarquia de que deixará de fornecer refeições às crianças cujas famílias não façam prova de que não têm como arcar com essa despesa, apelidando esta medida como antisocial e sinal de insensibilidade por parte do Executivo Camarário.

COMUNICADO DE IMPRENSA

Crianças não podem pagar a factura da fragilidade financeira da autarquia

Jorge Riso, presidente da Câmara de Alenquer admite deixar de fornecer refeições às crianças beneficiárias da Acção Social Escolar (ASE) cujas famílias não façam prova de que não têm como arcar com essa despesa, isto numa altura em que a autarquia acumulou, até Dezembro, uma dívida de dez mil euros com refeições.

Para o Bloco de Esquerda Concelhio, esta medida anti-social é o eco da insensibilidade da edilidade socialista. Os incumprimentos por parte da autarquia são públicos e cada vez mais recorrentes, e o descontrolo financeiro está a colocar em causa a parte social e a dignidade das crianças e famílias, que sentem na pele a grave situação social e económica que o Pais atravessa.

Enfrentamos um contexto económico e social adverso em que as famílias sentem graves dificuldades económicas e financeiras. Muitas destas poderão estar em crise e, eventualmente, escondem porque é difícil admitir que se chegou ao ponto em que não se consegue pagar a alimentação dos filhos, a prestação da casa, etc. A Câmara tem que ver esta situação como um sinal importante de que a situação das famílias se está a degradar e deverá encontrar melhores mecanismos para dialogar e acompanhar socialmente as famílias em vez de partir para denuncias, culpabilização e ameaças.

Como vai o presidente Jorge Riso justificar, a acontecer, o corte das refeições das crianças, o corte no apoio social à família dado pela ASE, a falta de solidariedade para com as crianças e famílias sem voz, o não pagamento a tempo e horas das refeições à empresa fornecedora, a incapacidade da autarquia em controlar as refeições confeccionadas diariamente cujos excessos acabam no caixote do lixo?

Não podemos deixar que a alimentação das crianças esteja em risco e que sejam as mesmas a pagar a factura da ruptura financeira da autarquia que no passado recente fez péssimos negócios e geriu mal o seu dinheiro, exteriorizando serviços e dando-os a privados que assim engordaram os seus lucros. Os negócios das obras públicas, a privatização das águas ou o caso da limpeza urbana das ruas é flagrante...

Para que possamos enfrentar os problemas com rigor, com transparência e lisura de processos, o município deve aproveitar esta oportunidade para começar a gastar de forma adequada os dinheiros que têm ao seu dispor, dando prioridade a quem mais necessita. Siga o exemplo social de outras autarquias e crie um refeitório social como resposta às necessidades mais básicas das famílias desestruturadas social e economicamente.

A Coordenadora Concelhia do BE Alenquer