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João Semedo visitou Centro de Saúde de Alenquer

João Semedo visitou Centro de Saúde de Alenquer

O Bloco de Esquerda de Ribafria, Alenquer, defende a realização urgente de trabalhos nas zonas da freguesia afectada pelas intempéries ocorridas em 2010 e 2011, tendo levado a Assembleia de Freguesia a aprovar uma moção nesse sentido e a elaborar um pedido de esclarecimentos sobre a matéria ao presidente do município.

O Bloco esteve, no passado dia 4, no Centro de Saúde de Alenquer, numa visita que teve por objectivo aferir o estado dos Serviços de Saúde no Concelho e a aplicação da Carta dos Direitos de acesso aos Cuidados de Saúde Pelos Utentes do SNS.

Os problemas reportados pelos responsáveis do Centro motivaram o Deputado João Semedo a questionar o Governo.

BE INSISTE NAS CONDIÇOES DA SAÚDE E DIREITOS DOS UTENTES EM ALENQUER

No passado dia 4 de Março, uma delegação do Bloco de Esquerda, reuniu com o director executivo do ACES SUL (Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste), Dr. Eduardo Mendes, com o responsável pelo Gabinete de Recursos Humanos da UCC (Unidade de Cuidados da Comunidade), Dr. Carlos Agostinho e com a directora do Centro de Saúde de Alenquer Dra. Eduarda Tralha.

A delegação do BE foi composta pelo deputado João Semedo, Luís Ferreira, Horácio Vitorino, Rita Silva e Rute Correia Esta reunião foi solicitada pelo Bloco Alenquer e teve como primeiro objectivo constatar o estado da saúde em Alenquer e respectivo funcionamento dos serviços e a aplicação da Carta dos Direitos de acesso aos Cuidados de Saúde Pelos Utentes do SNS, que define os tempos de resposta aos serviços de saúde, o direito à informação e o direito a reclamar.

O Concelho de Alenquer abrange 16 freguesias e inclui 6 Centros de Saúde (Alenquer, Abrigada, Carregado, Merceana, Olhalvo e Santana da Carnota), sendo abrangidos cerca de 42.921 utentes. A falta de médicos de família é um dos principais problemas com que o concelho de Alenquer se debate actualmente, no âmbito da Saúde.

Foi confirmada pela direcção do Centro a existência de 29.224 utentes com médico de família e 13.629 utentes sem médico de família, o que representa cerca de 30 % dos utentes inscritos, situação que se agravou com a aposentação de uma médica no Centro de Saúde do Carregado.

Referiram que a situação grave da falta de médicos está temporariamente a ser colmatado com o recurso à contratação de profissionais a empresas de prestação de serviços. O director, Dr. Eduardo Mendes acredita que esta situação só será minimizada a longo prazo, quando for criada em Alenquer a primeira USF (Unidades de Saúde Familiar). Acreditando que a vinda de médicos jovens para Alenquer, pode contribuir para minimizar o problema. Para colmatar a saída da médica que exercia no Centro de Saúde do Carregado, o director afirmou que já foi accionado o pedido junto da ARS. Sendo, os utentes da Dra. Esmeralda, atendidos no serviço complementar, até que a situação fique regularizada. Foi referido que a falta de assistentes técnicos no Centro do Carregado já foi colmatada com a integração de novos elementos, estando o Centro a aguardar a vinda de mais um enfermeiro para satisfazer as necessidades existentes. O Dr. Eduardo Mendes referiu ainda, que os cortes do OE 2011 e os pedidos de reforma antecipada por parte do médicos e outros profissionais de saúde agravam a situação em termos de autonomia e recursos humanos.

Foi-nos dado a conhecer o funcionamento das duas USF (Unidades de Saúde Familiar) de Torres Vedras e quais as melhorias que identificaram já neste processo. Referiram várias vantagens sobre este novo modelo das USF: maior rapidez nas consultas, maior proximidade do médico ao doente e vice-versa, maior dedicação (quase exclusividade) do médico ao serviço publico que prestam, entre outras. Que o futuro passa pela criação das unidades locais de saúde “Modelo USF” onde os Centros de Saúde efectuam parcerias com as Misericórdias locais de modo a garantir uma maior autonomia na gestão dos recursos técnicos e humanos.

Constatamos que o equipamento informático do Centro de Saúde de Alenquer, apesar de novo, possui características desajustadas face, às necessidades das novas aplicações médicas e dos serviços, o que conduz à inoperacionalidade dos programas e consequentemente, ao atraso nos atendimentos. Que o mau funcionamento dos servidores centrais e a deficiente manutenção das redes informáticas, impedem o bom funcionamento dos serviços e provocam atrasos consideráveis na marcação de consultas e atendimento. Que a falta de banda provoca o estrangulamento e falhas no atendimento no Centro de Saúde do Carregado, problema que se arrasta desde a sua inauguração. Tendo o director, Eduardo Mendes, referido que a ACES está a fazer pressão sobre a ARS para resolver todos os problemas. Informando que o servidor será remodelado a curto prazo e que está previsto a reestruturação da RIS num prazo de 6 a 12 meses. Que vêm a caminho de Alenquer 120 computadores com um novo hardware para fazer face às novas aplicações médicas e necessidade dos serviços. Que a deficiências enumeradas se devem a problemas de organização e aprovisionamento a nível da central de compras do Ministério da Saúde.

Constatámos que a Carta dos Direitos não é cumprida. O Dr. Eduardo Mendes e a Dra. Eduarda Tralha, comprometeram-se a implantar a Carta dos Direitos dos Utentes do SNS a curto prazo. Informado que até à presente data foram efectuadas pelos utentes 69 reclamações.

O Bloco considera que o Governos está a destruir o SNS e Alenquer não foge à regra. Para os problemas apresentados, o Bloco exige uma resposta mais rápida por parte da ARS e melhor informação aos utentes. Todos os serviços deviam publicar os resultados do seu trabalho, para uma avaliação mais objectiva do desempenho.

Para que os problemas identificados possam ser resolvidos com a celeridade que é imposta, o Bloco vai através do Grupo Parlamentar interpelar o Governo, dirigindo um requerimento ao Ministério da Saúde para que este se prenuncie sobre a situação. Defendo que o Governo deve ser um parceiro activo na solução e não um problema para os utentes. Que quando doentes apenas querem ser tratados com dignidade. Que sejam accionados todos os recursos e mecanismos por parte do Ministério da Saúde, que garantam a rápida resolução dos problemas que estão a prejudicar os utentes de Alenquer e a colocar em causa a qualidade do serviço prestado.

Para finalizar o Bloco Concelhio, considera que o Direito à Saúde está consagrado na Constituição da Republica Portuguesa, e não se resume a decisões politicas nem a números. O SNS contribuiu para o desenvolvimento do país e é garantia de igualdade e democracia. Por isso defendemos que o seu reforço e modernização são uma prioridade.

P`la Coordenadora Concelhia de Alenquer